A Azul vai aumentar o número de voos a partir do Aeroporto Professor Urbano Ernesto Stumpf, em São José dos Campos. Nessa notícia, o Stumpf geralmente passa batido, como muitos outros nomes que batizam ruas e praças Brasil afora. Sim, há aqueles que veem graça no sobrenome com cara de onomatopeia, mas a curiosidade acaba aí. Stumpf ! Alguns nomes, meros frutos de bajulação política, merecem mesmo esquecimento. Mas não o nosso Stumpf, considerado o “o pai do motor a álcool no Brasil” – um inventor que muito contribuiu para o desenvolvimento tecnológico do País. Foi, pois, mais do que justa a lei sancionada pelo então presidente Lula, em 9 de novembro de 2004, que homenageou o professor, perpetuando seu nome no aeroporto da sua cidade de formação.
Stumpf, nascido em
Não-Me-Toque (RS), formou-se no Instituto Tecnológico de Aeronáutica na turma
de 1950. Trabalhou na Escola de Engenharia da USP São Carlos e também na
Universidade de Brasília. Seus estudos sobre
a viabilidade do álcool como combustível foram feitos primeiramente no próprio
ITA. Mais tarde, o então CTA passou a realizar os estudos técnicos sobre o
etanol, semente frutífera do Pró-Álcool. Era tempo da grande crise do petróleo,
com seus derivados indo para as alturas. Era então um problema mais de caixa do
que ambiental, que o governo da ditadura militar teve de enfrentar.
Foram três anos, de 1973 a 1976, adaptando motores para o álcool, em trabalho
árduo com engenheiros e técnicos da Divisão de Motores do Instituto de Pesquisa
e Desenvolvimento (IPD), Stumpf à frente. As informações são do livro Professores Pioneiros do ITA. O primeiro
veículo movido a álcool foi um Dodge Polara, hoje uma peça do Memorial
Aeroespacial Brasileiro, que os joseenses e valeparaibanos deveriam conhecer. O
Dodge era um carrão – uma brasa, mora ! – e o álcool uma grande aventura. Mas
essa é outra história.